Capítulo 2 - Vivendo como terráqueo

Depois de muita pesquisa, Solrac chega a uma conclusão:

- Não tem jeito, eu vou passar pelo menos um quinto da minha vida  - o equivalente a três séculos terráqueos - preso nesse planeta.
- Então vou viver como um terráqueo. Vou vender algumas coisas, cursar uma faculdade e quem sabe consigo desenvolver algo que me tire desse planeta.

 Ele juntou alguns metais de valor (pelo menos para os terráqueos) que estavam em sua mochila, debaixo de uma toalha - itém indispensável segundo o guia do mochileiro das galáxias – e levou até um senhor no centro da cidade, que trabalhava com uma placa em volta do seu corpo com o inscrito “Compra-se ouro”. Ele foi encaminhado até uma joalheria onde conseguiu um bom dinheiro pelos seus metais.

Solrac estava decidido em cursar algo que envolvesse linguagens de programação terráquea. Então realizou sua matrícula em uma universidade localizada em um bairro de italianos na Zona Leste de São Paulo. Não foi nada fácil comprovar que ele já havia concluído o ensino médio, já que a universidade não aceitava histórico escolar intergalático.

Capítulo 1 - Solrac preso no planeta Terra


Durante suas férias, Solrac, um jovem alienígena que gostava de assustar camponeses e mendigos (desses que ninguém acredita), decide conhecer um planeta pouco visitado, chamado Terra, para poder se divertir um pouco sabe? Coisas que jovens alienígenas gostam de fazer. A Terra não é um planeta que eles costumam visitar com frequência, devido a dificuldade de comunicação.

Tome nota:
O AANT (Associação Alienígena de Normas Técnicas) em conjunto com a AATEL (Agência Alienígena de Telecomunicações) definiram que quaisquer tipo de transmissão, sejam elas via celulares, tablets, ou qualquer outro tipo de aparelho, sejam realizadas através de ondas de radiação ultravioleta. Na Terra, a ozonosfera torna praticamente impossível se comunicar com planetas e ou galáxias vizinhas. Por esse motivo muitos terráqueos não acreditam na existência de alienígenas.

 Durante sua viagem Solrac estava indo para uma pequena cidade na região metropolitana de São Paulo, ele estava procurando um local onde pudesse desenhar formas geométricas, com a finalidade de causar alguma repercussão na mídia. Em uma manobra mal executada, perdeu o controle e colidiu com uma arvore.

- Droga! A nave está destruída. Como vou sair desse fim de Universo? 
- Ah! Minha mãe vai me matar, eu disse que só iria comprar algumas joias em Saturno.
- E meu pai? Qual será a reação dele ao saber que dei perda total em sua nave.

A única forma de Solrac sair da Terra, era aguardar a vinda de uma outra espaçonave que poderia demorar séculos terráqueos para chegar. Dada essas condições, decide então conhecer um pouco mais sobre o planeta em que estava. Após um série de adaptações que ele realizou em seu computador, ele conseguiu finalmente acessar a internet terráquea.

Após uma longa pesquisa no Google sobre tecnologia terráquea, ele chegou a um termo que até então era desconhecido, o Open Source. Ao ler o artigo no Wikipédia ele não entendeu como podem existir pessoas que simplesmente disponibilizam o trabalho de uma vida. Em seu planeta não existia software livre, muito menos gratuito, por essa razão software livre era algo insano para ele.

Desacreditando no que havia lido, ele decide então baixar um Linux, para ver como aquilo funcionava. Após usar o Linux ditribution chooser (http://www.zegeniestudios.net/ldc/index.php?lang=pt-br) baixou o Ubuntu para ver como se sairia. Para sua surpresa o Ubuntu reconheceu perfeitamente os drivers de seu computador, o que o espantou, já que o mesmo foi feito com tecnologia alienígena.

- Não é possível! Como algo tão bom assim pode ser de graça?

Após a descoberta do Linux, ele começou a pesquisar mais a respeito de software livre e linguagens de programação, ficou apaixonado com a simplicidade do Python. E foi ali, no seu terminal do Ubuntu que ele fez o seu primeiro “Hello World” em linguagem terráquea.